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Família: lugar de formação e de intervenção
Jornadas da Pastoral Familiar decorreram em Fátima, sob o tema «Identidade e valores da família na sociedade global»

 

Dar aos cristãos leigos e às famílias ferramentas para, de forma consciente, estarem na sociedade, manifestando os valores, que sendo universais, os conduzem. Uma consciência crescente entre leigos e a hierarquia eclesial, mas que nunca é demais reforçar, pois “tem de ser reforçada, também formada, aprofundada e alargada”, aponta Benjamim Ferreira, director do Secretariado Nacional do Laicado e da Família, à Agência ECCLESIA.

«Identidade e valores da família na sociedade global» foi o tema reuniu em Fátima mais de 300 participantes nas Jornadas Nacionais da Pastoral Familiar, pessoas que “activamente” desenvolvem nos secretariados e serviços diocesanos, movimentos e também algumas paróquias “onde se encontra uma dinâmica muito forte”, actividades da pastoral familiar.

O painel da manhã de Sábado debruçou-se especificamente sobre a identidade e os valores, de um ponto de vista sociológico, contando para isso com o contributo de Maria Engrácia Leandro, professora de sociologia da Universidade do Minho e também com a presença do Cón. António Janela, pároco da Portela, que “abordou a identidade familiar, de acordo com a antropologia cristã”.

“Há valores que são universais e que não são postos em causa, independentemente da «onda do momento»”, sublinha Benjamim Ferreira. A dimensão cristã da família “pode dar um testemunho importante para a realidade social actual”, a todas as famílias, “no momento em que se sentem várias dificuldade ligadas à sociedade de hoje - desemprego, mobilidade laboral - que criam questões reais às famílias e condicionam o viver de todos”.

Problemas ou desafios vários que estiveram em análise nos workshops na tarde de Sábado. “O desafio da Educação”, “Família e Comunicação e a Comunicação perante a família” , A influência da Internet”, “Trabalho, profissão e vida familiar”, “A Intervenção política da família”, “A Problemática do princípio e do fim da vida”, “As dificuldades da Evangelização em contracultura” e “Identidade da família” foram os diferentes painéis que ajudaram os participantes a perceber que o ser família trespassa toda a sociedade.

“A família cristã, com o seus valores, pode dar um contributo importante nessas situações”, pois são realidades a que os cristãos leigos precisam de dar atenção, “não só os leigos, mas aos cristãos em geral, porque entre todos se deve tomar consciência da identidade da família e assim, de que modo a família se deve colocar na sociedade actual”.

O essencial será o testemunho familiar. “A vida das famílias por si fala”, sublinha o director do Secretariado Nacional do Laicado e da Família. Nesse sentido, olhando para os valores que conduzem uma família, “percebe-se que há realização, apesar de todos os problemas comuns que necessariamente existem”. Mas, indica, “há uma força suplementar para superar as contrariedades. Isso “constitui um testemunho”.

As paróquias, formando comunidades e, no fundo, famílias também, “pela proximidade, são os locais que, podem privilegiar esse relacionamento”. Modos de vida, que orientam a própria vida, e que são de propor através do “ser presença e do testemunho”.

Mesmo sem conclusões finais, a tomada de consciência “foi notória”. A partilha entre os participantes, o compromisso que se assume são talvez, mais importantes para a mudança interna. “O entusiasmo e a possibilidade por ter participado leva a perspectivar formas de trabalho e o reforço dos laços entre as estruturas da pastoral familiar”, para além do crescimento formativo.

 

Ecclesia
22/10/2007

 

Comissão Episcopal do Laicado e Família da Conferência Episcopal Portuguesa.
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