Jovens e liturgia
Na tentativa de aproximar os jovens da Liturgia e a Liturgia dos jovens, no percurso da preparação da Jornada Mundial da Juventude 2023,
Lançamento da campanha “Cada idoso é teu avô”
Usa a fantasia do amor: liga para eles, fala por vídeo, escuta-os!
#sendyourhug
É possível vencer o isolamento dos idosos também respeitando rigorosamente as normas de saúde em matéria de Covid-19.
A pandemia atingiu particularmente os idosos e debilitou os já fracos vínculos entre as gerações, mas respeitar o distanciamento não significa aceitar um destino de solidão e de abandono.
Por esse motivo, seguindo as palavras que o Papa Francisco pronunciou após o Angelus, o Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida lança a campanha “Cada idoso é teu avô” para convidar os jovens de todo o mundo a fazer um gesto de ternura para com os idosos que se sentem sozinhos.
Nos últimos meses, muitas Conferências Episcopais, associações e fiéis cristãos, com “a fantasia do amor”, encontraram um modo de fazer chegar aos idosos solitários a proximidade da comunidade eclesial. Recebemos notícias de contatos via telefone, via web, redes sociais – até serenatas para os hóspedes das casas de repouso – realizados por jovens para impedir a solidão de muitas pessoas forçadas pela pandemia a permanecer em suas casas ou fechadas em estruturas residenciais.
Nesta fase da campanha, para respeitar as normas sanitárias em vigor nos diferentes países, o convite é reunir virtualmente os anciãos mais solitários do seu bairro ou da paróquia e enviar-lhes um abraço, como o Papa pediu, por meio de uma ligação telefônica, uma videochamada ou uma imagem. Onde for possível - ou quando a emergência sanitária permitir -, convidamos os jovens a tornar o abraço ainda mais concreto, indo encontrar os idosos pessoalmente.
Está associado à campanha a hashtag #sendyourhug para propagar a iniciativa. Os posts mais significativos serão divulgados nas mídias sociais do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida @laityfamilylife.
Nossa esperança é que, mesmo a partir desta campanha, possa ser cumprido o desejo do Papa Francisco, que escreveu, “Aqui está o que eu gostaria: um mundo que viva um novo abraço entre os jovens e os idosos” (no prefácio do livro “A sabedoria do tempo”).
No dia em que a Igreja recorda dos Santos Joaquim e Ana, os “avós” de Jesus, g ostaria de convidar os jovens a fazer um gesto de ternura para com os idosos, sobretudo os mais solitários, nos lares e residências, aqueles que não veem seus entes queridos há tantos meses.
Queridos jovens, cada um desses idosos é seu avô! Não os deixe sozinhos! Usem a fantasia do amor, façam chamadas telefônicas, vídeo-chamadas, enviem mensagens, os escutem e, sempre que possível, em conformidade com as normas sanitárias, os visitem também. Enviem a eles um abraço. Eles são suas raízes.
Uma árvore separada de suas raízes não cresce, não dá flores e frutos. É por isso que a união com suas raízes é importante. O que a árvore floresceu vem daquilo que tem de enterrado, diz um poeta de minha pátria. É por isso que os convido a dar um grande aplauso aos nossos avós, a todos!
Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida
27 de julho de 2020
Os Avós são um tesouro
Message da Comissão Episcopal do Laicado e Família
Para o dia dos avós - 26 de julho de 2020
São os primeiros a chegar à maternidade e reconhecem de imediato qualquer parecença familiar. Seguram com confiança a fragilidade de um recém nascido e adormecem birras de sono como mais ninguém. São avós. Andam de mãos dadas pelos passeios. Ficam quietos à beira mar, enquanto as ondas molham pés pequeninos. Compram aquele gelado, limpam os joelhos feridos em brincadeiras de rua, dão o banho ao final do dia, à espera dos pais que hão-de chegar. São avós.
Reparam que é preciso comprar sapatos novos, descobrem qual o brinquedo sonhado e dizem adeus, com os olhos molhados, quando recebem abraços demorados nas despedidas. Mais tarde, ouvem em silêncio as queixas, as dúvidas e os sobressaltos. Compensam em amor as ausências, as zangas, as dificuldades de pais ocupados, de vidas separadas. Conhecem os primeiros namorados, ajudam a pagar as despesas das escolas e aquela viagem tão desejada. São avós.
Emocionam-se com etapas vencidas, com os estudos terminados. Preocupam-se com os fracassos, acendem velas em dias de exame, rezam pelos seus netos. Criam laços que não conhecem limites, que não reparam na aparência das coisas, mas que se focam na disponibilidade total, no amor incondicional. Os avós sustentam a vida das famílias, não só porque muitas vezes permitem a sobrevivência ou algum desafogo, mas porque são as raízes de tantas vidas. Contam as histórias de cada passado, ajudam a perceber a diferença entre essencial e supérfluo.
Os avós são testemunho concreto e real de outros tempos, tantas vezes marcados por dificuldades, lutas e carências. E quando o contam, sentados à mesa em almoços de domingo ou felizes com uma visita inesperada, transformam histórias antigas em lições de vida. E quem os escuta com mais atenção são os mais novos, encantados com as aventuras passadas em terras distantes ou a descrição cuidada de uma casa, de um passeio, de umas férias.
Os avós são um tesouro.
Neste tempo que vivemos, precisamos de o dizer de forma clara, de o defender de forma assertiva. E os tesouros são protegidos, tocados com cuidado e admiração. Uma sociedade que não protege, não cuida, não admira os mais velhos, está condenada ao fracasso. Porque tal como a natureza nasce e renasce, tal como a semente cresce e é lançada à terra, assim a vida corre e decorre. Quem é cuidado será capaz de cuidar. Quem aprende será capaz de ensinar. Quem é protegido será capaz de proteger. Quem é amado será capaz de amar.
Os avós são um tesouro? Se pudéssemos fazer a pergunta a Jesus Menino, se pudéssemos ouvir Nossa Senhora a falar-nos de Seu Pai, São Joaquim, ou de Sua Mãe, Santa Ana, talvez percebêssemos melhor a verdade deste tesouro. Aparentemente não podemos e sabemos tão pouco sobre estes Avós…, mas no nosso coração podemos escutar o que Jesus tem para nos dizer. E talvez, talvez sintamos a vontade de correr para os braços de um avô velhinho, de uma avó sozinha. Ou de rezar por quem já partiu. Ou de contar a um filho, a uma neta, a história dos avós, dos bisavós, de todos os que nos deram a vida. Os avós são um tesouro.
O DIA DOS AVÓS é uma oportunidade para dar graças, abraçar e celebrar a presença dos Avós no passado e no presente, ir às próprias raízes e descobrir neles a ternura e o amor de Deus.